Camadas/Palimpsestos
Como desdobramento da ação Camadas (SAUB, 2010), e ainda dentro do projeto "e$cambau!", desta vez levei meu guarda-roupa para a Feira da Igreja de Fátima, Fortaleza/CE, no dia 13 de maio de 2011 e propus aos passantes trocarem uma peça de roupa minha por um artigo religioso comprado por eles no local. Com isso, ao final da ação, meu guarda-roupa tinha se transformado em um santuário. A idéia era de ampliar a noção de pele - antes, algo concreto (a roupa); agora, algo simbólico (a fé). Quero me despir da minha pele profana e me vestir da crença alheia.
Ao trocar de roupa/pele/camada, proponho uma espécie de desterritorialização do corpo como habitat natural do indivíduo. A roupa é uma pele cultural e idiossincrática: remonta a gosto, estilo, moral, condição social e econômica, sentimento gregário, personalidade, adequação de espaço etc. Ao trocarmos essa camada, estou propondo uma intersecção simbólica de nossas peles. E, sendo nosso corpo um território nômade, proponho, pelo deslocamento alegórico, a ocupação de novos territórios.
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