FIAT LUX (BIG BANG - Quadro 2)
Luz, faça luz! Luz, Pai, luz... pus... pus... Putz! Credo-cruz! Vou não, eu... Vou não... “Vai logo, menino, que eu cuspo no chão! Se secar...” E se pegar... e se ela me pega... Vou não, eu... Se correr, a bicha pega, Pai! A coisa ruim, a sem nome, a de mil nomes, a sem cara, a cara de caveira, a da foice, a dos milagres... Com milágrimas! Vou não, eu... Olha ela lá... lá no fim... lá no fundo... No fundo do fundo sem fundo do túnel, tem luz não. Tem breu. Escuridão. Breu num é bom. Breu num é broa. Daí eu comia ela. Abocanhava a dita cuja. Que nem geléia... Que nem geléia-geral, caetaneava a Caetana, essa caetanave que singra, singra, singra... sangra, sangra, sangra... Vou não, eu... Vou pular da barca... Abarca! Abaica que eu viro a canoa! Eu nem soube, eu... Eu nem soube navegar... Dança dos ventos, tempestades, furacões, redemoinhos, cataclismos... Valei-me, Oiá! Valei-me, minha Mãe Iemanjá! Eu nem soube, eu... Eu nem soube navegar! Lá vou eu... Penetrando... No fundo do fundo sem fundo... afundo... É fundo... É findo que não se acaba! Cadê a cara de Caronte? Cadê o cão de mil cabeças que morde mas não ladra? Ladeira abaixo, rio acima, vou estuprando o buraco negro... O que terá depois do lá? O que terá?
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário